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Reprodução humana: quando o sonho de ter um filho vira realidade

02-08-22 | Destaque, Habilitações, Notícias

Ter um filho nem sempre é um sonho fácil de se realizar. A ciência, no entanto, desenvolveu formas de ajudar homens e mulheres com problemas de fertilidade a se tornarem pais. E os biomédicos podem ser peças fundamentais na transformação deste desejo em realidade.

A habilitação em Reprodução Humana prepara os profissionais para trabalhar com técnicas que possibilitem a geração de uma vida. Está entre as competências do biomédico com esta especialização a análise dos gametas femininos e masculinos. O profissional pode fazer a identificação e a classificação dos oócitos (células que dão origem aos óvulos) de acordo com a sua maturidade assim como avaliar as características, a quantidade e a qualidade dos espermatozóides, selecionando aqueles mais adequados para o processo de fertilização.

O biomédico está apto ainda a fazer criopreservação seminal (congelamento de sêmen) e o hatching, procedimento feito no embrião que facilita a sua implantação no útero.

A Reprodução Humana também habilita para a atuação em embriologia. A classificação, criopreservação e a biópsia de embriões são atividades às quais o biomédico pode se dedicar.

Por isso, na especialização, o biomédico vai encontrar disciplinas que abordam, entre outros conteúdos, a anatomia e a fisiologia dos aparelhos reprodutores femininos e masculinos, as patologias que causam a infertilidade e as tecnologias de criopreservação e de fertilização.

A biomédica Betina Iser é embriologista no Centro de Reprodução Humana do Hospital Bruno Born, em Lajeado (RS). Nesta entrevista com o CRBM-5, ela aponta as dificuldades enfrentadas por quem opta por esta área, recompensadas, porém, pela satisfação de ajudar as pessoas na realização de um sonho.

1- Quais características o biomédico deve ter para se dedicar à área de Reprodução Humana?

Betina Iser – O biomédico precisa ser perseverante. É difícil encontrar locais que aceitem estágio e mesmo centros que estejam contratando profissionais. Para desempenhar as técnicas e ser um embriologista competente é necessário ter disciplina para aprender os protocolos e procedimentos que são extremamente delicados. Além disto é indispensável que o profissional seja responsável e comprometido com sua área de atuação, uma vez que é fundamental manter sigilo sobre os casos e ter cautela para a manipulação das amostras, que muitas vezes são únicas. Ser organizado também é uma qualidade necessária, uma vez que os protocolos da área da reprodução assistida requerem, na maioria das vezes, diversas etapas; além da burocracia que precisa ser preenchida com atenção. Outra importante exigência ao profissional da área é a constante atualização sobre novas tecnologias que surjam na reprodução humana assistida, o que pode ser alcançado através da leitura de artigos publicados recentemente no campo da fertilização in vitro e também a participação em congressos na área.

2- Quais são as possibilidades de atuação para o biomédico habilitado em reprodução humana? Pode-se atuar com pesquisas também?

B: O profissional habilitado em reprodução humana pode atuar em centros de reprodução assistida realizando os procedimentos que envolvem a manipulação dos gametas feminino e masculino e de embriões. Ainda há o controle de qualidade laboratorial, que é desempenhado pelos embriologistas, assim como a papelada burocrática.

Estes profissionais também estão capacitados a trabalhar em bancos de sêmen, que realizam a distribuição de forma segura de sêmen de doadores criopreservado.

E, além disso, também é de extrema importância que profissionais habilitados em reprodução humana desenvolvam pesquisa na área, uma vez que nosso campo de atuação está em contínua atualização e se busca constantemente avanços no desenvolvimento das técnicas para melhores resultados.

3- É uma área que exige constante atualização?

B: Por se tratar de uma área que vem evoluindo ao longo dos anos, a reprodução humana assistida necessita de constante atualização. O número de casos de fertilização in vitro vem crescendo cada vez mais em virtude das mudanças em nossa sociedade que levam ao adiamento da construção de uma família. Além disso, pela necessidade de melhores resultados, cada vez mais novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas ou aprimoradas e é indispensável que o profissional da área esteja atento às mudanças que ocorrem no mundo da fertilização in vitro.

4- Como você considera o mercado para o biomédico desta área?

B: O mercado de trabalho da reprodução humana assistida vem crescendo muito, principalmente devido a maior procura por esse tipo de tratamento. Porém, nem sempre é fácil conseguir atuar na área, especialmente porque nos estágios curriculares nem sempre os biomédicos adquirem experiência prática, o que dificulta o alcance da admissão, pois muitos centros acabam preferindo profissionais que já realizam os procedimentos. Por isso, muitos profissionais acabam levando anos até conseguirem de fato trabalhar em centros de reprodução humana assistida. É importante que o profissional que queira se inserir no campo realize cursos de aprimoramento das técnicas, participe de congressos em que será possível fazer networking e esteja, muitas vezes, disposto a buscar trabalho em regiões diferentes das em que reside.

5- O que te atraiu para fazer esta habilitação? O que considera de mais interessante no trabalho nesta área?

B: Desde que entrei para o curso de Biomedicina, já me imaginava trabalhando na área da reprodução. Durante minha graduação participei de projetos de iniciação científica que envolviam a reprodução humana, por ser um assunto que me interessava muito.

Acredito que a reprodução humana assistida como um todo é uma área fascinante. Tenho muito orgulho de trabalhar como embriologista e a maior recompensa é fazer parte da realização dos sonhos de muitas pessoas e famílias com a concepção de uma vida.

 

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Imprensa CRBM-5

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