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Janaina Coser está no segundo mandato como pró-reitora da Unicruz

25-03-24 | Destaque, Notícias

“As mulheres possuem mais flexibilidade, autonomia e dinamismo para atender, ao mesmo tempo, diferentes demandas, de maneira oportuna e resolutiva.”

Mês da Mulher – Biomédicas que inspiram

Após retornar da licença maternidade, Janaina Coser assumiu um grande desafio profissional na Universidade de Cruz Alta (Unicruz). Em 2020, começou o primeiro mandato na reitoria e agora está no segundo mandato, como pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão.

Além da atuação na universidade, a biomédica realiza assessoria técnica na área de Citopatologia.

Na entrevista abaixo, Janaina Coser fala sobre sua trajetória, a Biomedicina na academia e os desafios das mulheres profissionais e docentes.

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Como foi sua trajetória acadêmica e profissional até assumir o cargo?
Me formei na primeira turma de Biomedicina da Unicruz, no ano de 2007, e desde a graduação sempre tive o interesse em atuar na área da docência, pela facilidade em estudar e compartilhar conteúdos com meus colegas. Ao mesmo tempo, no último ano do curso, tive uma afinidade muito grande pela área da Citopatologia. Por isso, após a conclusão da graduação busquei conciliar essas duas áreas.

Em 2009 concluí a pós-graduação lato sensu em Citologia Clínica; em 2010 concluí o Mestrado em Diagnóstico Genético e Molecular e, em 2015, concluí o Doutorado em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde. Em todos esses níveis de formação minha linha de pesquisa foi o câncer do colo do útero, com ênfase nos exames citopatológicos e moleculares.

Ainda enquanto cursava a especialização, em março de 2009, fui contratada pela Unicruz como supervisora do estágio curricular em Citologia Oncótica e, em agosto deste mesmo ano, assumi como coordenadora do curso de Biomedicina, atuando neste cargo até dezembro de 2013, quando fui convidada pela Reitoria para atuar como coordenadora institucional de Pesquisa. A atuação nestes dois cargos me propiciou um aprendizado ímpar nos processos de gestão acadêmica e uma interação muito dinâmica com alunos, professores e colaboradores de vários setores institucionais.

Em 2015, fui credenciada como docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde, no qual já orientei 12 mestrandos de diferentes áreas da saúde (Biomedicina, Medicina, Enfermagem, Odontologia e Fisioterapia).

Em abril de 2019, quando retornei da minha licença maternidade, fui convidada a compor a chapa de Reitoria para a eleição que ocorreu naquele ano. O primeiro mandato compreendeu o período de 2020 a 2022 e, em 2023, iniciamos o segundo mandato (2023-2025).

Nestes quase 15 anos atuando na Unicruz, mesmo inserida em cargos de gestão acadêmica, sempre mantive ativa a minha atuação como docente, ministrando aulas na graduação pós-graduação lato e stricto sensu, desenvolvendo projetos de pesquisa, extensão e inovação tecnológica, além de orientar trabalhos de conclusão de curso e o estágio supervisionado curricular do curso de Biomedicina. Além da minha atuação na universidade, no período de fevereiro de 2020 a fevereiro de 2023, atuei como responsável técnica em um Laboratório de Citopatologia e, atualmente, realizo assessoria técnica nesta área.

Como a formação em Biomedicina influencia no exercício das funções como Pró-reitora?
A Biomedicina é uma profissão muito dinâmica, que sempre me propiciou autonomia e me instigou a zelar pela qualidade em todas as atividades profissionais. O gerenciamento do tempo, a tomada de decisão, a comunicação eficaz, a criticidade e o trabalho em equipe, também são aspectos essenciais na função como pró-reitora, e que me foram proporcionados e aprimorados pela formação em Biomedicina.

Quais são os principais desafios enfrentados no exercício do cargo de Pró-reitora?
Desde o primeiro mandato como pró-reitora, tive desafios adicionais – além daqueles inerentes ao cargo – devido à pandemia. Iniciamos a gestão neste período que afetou muito o setor da educação, não somente pelo impacto direto no desenvolvimento das atividades acadêmicas, mas também pelas mudanças na vida dos nossos alunos, inclusive financeiras.

A Unicruz é uma Instituição comunitária de ensino superior, filantrópica, sem fins lucrativos. Ou seja, uma universidade que aplica integralmente os seus recursos na manutenção dos objetivos institucionais, de promover o ensino, a pesquisa e a extensão de forma indissociável. E as mudanças ocorridas no ambiente externo, inevitavelmente, trazem impactos para o ambiente interno da Instituição. Além do impacto da pandemia, outros aspectos também fazem parte deste contexto, como: o avanço de outras modalidades de ensino, nem sempre preocupadas em ofertar um ensino de qualidade; o baixo crescimento demográfico, que naturalmente reflete na redução da população universitária em todas as instituições de ensino superior, além da conjuntura econômica, com esgotamento das políticas públicas de financiamento estudantil.

Ressalto que, as atividades de ciência, tecnologia e inovação desenvolvidas nas universidades certamente constituem-se como a base da pós-graduação, pois estimulam a vocação para a ciência a partir da inserção do graduando em laboratórios e atividades de campo nas diversas áreas do conhecimento.

Cabe também à pesquisa e à extensão, qualificar a formação profissional, preparando o egresso da graduação e da pós-graduação, para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e que exige competências adicionais à práxis laboral, entre elas, a proposição de soluções aos problemas emergentes da sociedade. Por isso, a nossa rotina diária na pró-reitoria envolve a proposição de estratégias e a implementação de ações voltadas ao acompanhamento e aprimoramento desses processos acadêmicos, por meio de uma gestão atenta aos aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros.

Na sua visão, qual é a importância de ter mulheres ocupando posições de liderança acadêmica?
Opiniões distintas, independente de gênero, são salutares em uma gestão compartilhada, como a que ocorre nas universidades comunitárias. Entendo que as mulheres que ocupam posições de liderança acadêmica conseguem potencializar a produtividade e a harmonia no ambiente de trabalho, pois conduzem as suas atividades conciliando, de forma equilibrada, a emoção e a razão. Muitas vezes, de forma mais ousada, flexibilizam ou até mesmo modificam padrões pré-estabelecidos e centralizadores adotados pelos homens. E isso decorre de uma característica peculiar das mulheres, que é o cuidado com o outro, seja nas demandas de ordem pessoal, seja nas demandas de ordem profissional.

Por tudo isso, compreendo que as mulheres possuem mais flexibilidade, autonomia e dinamismo para atender, ao mesmo tempo, diferentes demandas, de maneira oportuna e resolutiva.

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