No final do ano passado, a região de Chapecó (SC) ganhou um reforço no combate à pandemia. Com capacidade de realizar até 20 mil testes por mês, o Laboratório de Biologia Molecular do SENAI entrou em operação em novembro, justamente para atender a demanda emergencial de diagnóstico da Covid-19.
A biomédica Karine Meneghetti fez parte da estruturação e da implementação do laboratório e agora atua nele como responsável técnica. Depois das dificuldades iniciais para a compra de equipamentos e insumos, Karine relata que o desafio atual é organizar a rotina laboratorial para lidar com a alta demanda de testes e a necessidade de resultados rápidos. “Sabemos que isso tem impacto importante na tomada de decisões para conter a dispersão do vírus”, comenta. A equipe, que conta com outras duas biomédicas, chega a realizar 500 exames de Covid-19 por semana, atendendo hospitais e outros laboratórios de Chapecó e cidades vizinhas.
Instalado no Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, o Laboratório também está realizando o teste de triagem molecular para a Covid-19, uma forma de analisar, ao mesmo tempo, amostras de até 16 pessoas. “São coletadas duas amostras de nasofaringe. Um dos swabs fica reservado em um tubo individual, enquanto o outro é colocado em um tubo coletivo, que é testado por RT-PCR. Caso o tubo coletivo apresente resultado positivo, são realizados os testes individuais de todas as pessoas pertencentes ao respectivo grupo para descobrir quem está infectado pela doença. Em caso do grupo testar negativo, todos são liberados com um único teste”, explica Karine. O método é ideal para identificar pessoas assintomáticas, além de dar maior agilidade aos resultados e reduzir custos.
Voltado inicialmente para o diagnóstico da Covid-19, o laboratório pretende ampliar os testes moleculares realizados para além da saúde humana, atendendo as áreas de saúde animal, meio ambiente e alimentar. Outro objetivo é ser suporte para desenvolvimento de pesquisas. “Constitui um grande avanço para nossa região cujo campo de pesquisa ainda é pouco explorado”, analisa Karine.