Os conselheiros do CRBM-5, Vlademir Cantarelli e Flávia Brust, participam de uma pesquisa que faz a vigilância genômica do SARS-CoV-2 em profissionais de saúde e pessoas hospitalizadas. O estudo, que começou em 7 de novembro e analisou 12 amostras até o momento, identificou a presença da linhagem CK.1, da Ômicron, que até então não tinha sido encontrada no Brasil. Também foi detectada a subvariante BQ.1, da Ômicron, em 4 dos 10 profissionais de saúde infectados pelo coronavírus.
“A BQ.1 parece dominar os casos de Covid e deverá ser, em algumas semanas, a principal variante na nossa população”, prevê Cantarelli, que coordena os hospitais participantes da pesquisa que faz parte de um projeto da Global Action in Healthcare Network (GAIHN), rede criada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), do governo dos Estados Unidos, para aprimorar a vigilância e o diagnóstico de infecções em vários países. Nesta primeira etapa, as amostras avaliadas foram de pacientes e profissionais infectados do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Espera-se que, nas próximas semanas, dados do Hospital Unimed, de Novo Hamburgo, e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre comecem também a ser analisados.
Para Flávia, responsável pela mediação entre as equipes do Brasil e dos Estados Unidos, ainda é cedo para avaliar o impacto da descoberta da CK.1 no país. “Por enquanto não sabemos se esse caso foi um achado isolado ou se a variante CK.1 encontra-se disseminada em nosso meio. Em breve, teremos mais resultados e conseguiremos avaliar melhor.”, explica. A continuação e a ampliação das amostras da pesquisa vão facilitar a leitura do “caminho” feito pelas variantes do coronavirus entre a população gaúcha. “Esta é a parte interessante do estudo: poder observar tudo que está circulando e, prospectivamente, monitorar o avanço de alguma variante”, complementa Cantarelli.
Tanto Cantarelli como Flávia são consultores da Health Security Partners (HSP), organização responsável pela implementação da rede GAIHN no Brasil.