Ane Frohlich é biomédica, concursada no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), onde atua como Especialista em Hemoterapia. Com vasta experiência na área, Ane desempenha um papel fundamental no Banco de Sangue do GHC, juntamente com os biomédicos Leticia da Cunha Veber (referência do setor de processamento) e Felipe Emannuel Alvino de Jesus (referência da Gestão da qualidade), que recentemente firmou uma importante parceria com a Hemobrás para o envio de plasma excedente, com o objetivo de transformá-lo em hemoderivados essenciais para a saúde de inúmeros pacientes. Nesta entrevista, ela nos explica como essa colaboração impacta diretamente a produção de medicamentos e o aumento do acesso a tratamentos essenciais.
Como funciona a parceria do Banco de Sangue do GHC com a Hemobrás?
O Serviço de Hemoterapia do GHC iniciou, em setembro de 2024, o envio de plasma excedente para a Hemobrás, após um rigoroso processo de qualificação dos nossos procedimentos e preparação da equipe. Este plasma, que não é utilizado nas transfusões, é crucial para a produção de medicamentos conhecidos como hemoderivados. Esse processo garante que o plasma excedente tenha um destino produtivo, contribuindo para a fabricação de medicamentos que são fundamentais para o tratamento de diversas doenças.
Quais hemoderivados serão produzidos com o plasma excedente?
A partir do plasma excedente, serão produzidos medicamentos como albumina, imunoglobulina, fator VIII e fator IX de coagulação. Esses medicamentos são indispensáveis em diversos tratamentos, sendo utilizados, por exemplo, no manejo de condições como hemofilia, entre outras de coagulação.
Além das vidas salvas com a doação de sangue, quantas vidas mais poderão ser salvas com a utilização do plasma excedente?
A utilização do plasma excedente pode salvar até 8 vidas a mais, ampliando as possibilidades terapêuticas. Essa parceria reforça o papel do nosso serviço no GHC de contribuir para a melhoria do acesso a tratamentos vitais. Com isso, mais pessoas podem ser beneficiadas, especialmente em áreas onde esses medicamentos são essenciais para tratamentos prolongados e complexos.
Como é o processo de produção dos hemoderivados a partir do plasma excedente?
Após a doação de sangue, as bolsas coletadas passam por diversas etapas do ciclo produtivo do sangue. O plasma excedente, que é aquele que não será utilizado em transfusões, é recolhido e transportado para a Hemobrás, onde é submetido a um rigoroso processo de triagem. Após a aprovação, o plasma é fracionado e transformado em medicamentos que são usados para tratar uma vasta gama de condições. Esses hemoderivados são essenciais para a recuperação e o tratamento de pacientes em situações delicadas.