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Da doação à transfusão: o caminho do sangue

14-06-21 | Destaque, Notícias

Na matemática da doação de sangue 1 é igual 4: cada bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas.

Essa generosa equação pode ser melhor compreendida quando se conhece o que acontece com o sangue coletado após a doação. Por isso, o CRBM-5 convidou a biomédica do Laboratório de Sorologia/NAT do Hemocentro de Santa Catarina (HEMOSC), Caroline Seibt, para ajudar a contar o caminho do sangue, da doação até a transfusão.

Separação dos hemocomponentes

Após a coleta, cada bolsa de sangue é centrifugada e fracionada em quatro hemocomponentes: hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado. Cada um tem um fim específico:

Cada bolsa de sangue doada é separada em 4 componentes: hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado.

Hemácias – são utilizadas para tratar a falta de oxigenação de órgãos e tecidos em casos de anemia, de doenças crônicas como leucemias e doença falciforme, e em hemorragias causadas por traumas ou cirurgias.

Plaquetas – utilizadas quando o corpo está sem a quantidade necessária do componente e não há um processo de coagulação adequado. São os casos de pacientes com leucemia ou câncer, que realizam algum tratamento quimioterápico que afeta a produção de plaquetas.

Plasma – por conter múltiplos fatores de coagulação, é indicado para pacientes que têm deficiência destes elementos. Também é usado para reverter quadros de anticoagulação causada por anticoagulantes orais.

Crioprecipitado é destinado especificamente para pacientes com deficiência nos fatores I (fibriogênio) e VIII da coagulação.

Exames

Para evitar problemas de compatibilidade e riscos de contágio na transfusão, o sangue doado passa por uma série de exames. Os testes sorológicos detectam doenças infecciosas: Aids, hepatites, HTLV, sífilis e Chagas. Além destes, é realizado o teste molecular NAT, obrigatório desde 2014 como forma complementar de análise da presença dos vírus HIV e da hepatite B e C.

Há também os exames imuno-hematológicos, que definem o grupo sanguíneo ABO e o fator RhD, além da pesquisa de anticorpos irregulares (PAI). Todos eles são vitais para o sucesso da transfusão, pois cada tipo sanguíneo possui proteínas e anticorpos que podem ser incompatíveis com o outro. Por fim, é realizada a identificação da hemoglobina S, que constata a anemia falciforme.

Triagem e distribuição

Em caso de resultado positivo em um dos testes sorológicos (sífilis e hepatite B são os mais comuns, de acordo com Caroline), a bolsa de sangue é descartada. Mas não são somente os exames que determinam a utilização da doação.

Na inspeção visual também podem ser detectados aspectos que inviabilizam a transfusão, como a hemólise (rompimento da membrana das hemácias), a lipemia (presença de gordura no plasma ou soro, que fica com aparência leitosa) e a presença de coágulos.

Testados e identificados, os hemocomponentes são armazenados e distribuídos conforme a necessidade dos hospitais.

Cada hemocomponente tem validade diferente: as hemácias duram entre 35 e 42 dias; as plaquetas, cinco dias; e o plasma e o crioprecipitado podem ser usados em até 12 meses.

Fonte: Caroline Seibt/HEMOSC
Imprensa CRBM-5

 

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