No Rio Grande do Sul, São Leopoldo é a sexta cidade com mais casos registrados de Covid-19 (41, até terça-feira). A cidade, que faz parte da região metropolitana de Porto Alegre, ganhou recentemente um reforço no combate à doença causada pelo novo coronavirus: a habilitação do Laboratório Municipal para a realização dos testes de diagnóstico da Covid-19.
À frente do Laboratório, está a biomédica Solange Biegelmeyer, que coordena uma equipe de mais três profissionais (dois farmacêuticos e uma química) e uma estagiária de Biomedicina. O cargo de comando já exigia da biomédica a competência de conciliar o conhecimento técnico com o de gestão em saúde pública. Agora, com a pandemia, Solange, que está na liderança do Laboratório desde dezembro de 2018, mais do nunca tem que dividir seu tempo entre o trabalho na bancada, realizando as análises, e as reuniões com o secretário de Saúde do município, Ricardo Charão, para definir as estratégias de testagem e de controle da doença. “Temos que construir um esquema de como vai ser o fluxo das coletas até as análises. Estamos também definindo agora os critérios para o uso dos testes rápidos que recebemos. Temos que elaborar toda uma estratégia epidemiológica”, detalha Solange.
O Laboratório Municipal realiza diariamente a contagem de linfócitos CD4 e CD8, além da quantificação da carga viral de HIV. Também possui um setor de exames para tuberculose, em que são feitos bacilocospia, biologia molecular e cultura do bacilo. O local atende, além de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estancia Velha, Sapiranga e Campo Bom.
Para o diagnóstico da Covid-19, será usado o mesmo equipamento e a mesma técnica (PCR em tempo real) utilizados para os testes de HIV. “A única mudança é o protocolo de análise porque, neste caso, são amostras do trato respiratório. No HIV, é o plasma”, explica Solange. Por enquanto, a equipe do laboratório espera a chegada dos insumos para a realização do exame para a Covid-19, mas a estrutura está preparada para realizar a testagem de 93 amostras por dia.
Por conta da pandemia, Solange acredita que há um maior reconhecimento do trabalho dos profissionais de diagnóstico, inclusive dos biomédicos. A detecção dos portadores do novo coronavirus é fundamental para determinar a real dimensão da epidemia e, assim, elaborar os planos de prevenção e controle da disseminação da doença. “Mais do que nunca a análises clínicas está muito bem valorizada”, analisa Solange.