Apenas dois dias depois do registro do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o novo coronavírus foi sequenciado por uma equipe de pesquisadores comandada por uma biomédica: Jaqueline Goes de Jesus.
Jaqueline deu entrevistas para a televisão, jornais e rádios de todo o país, conquistando um protagonismo que não é comum ao biomédico, mas que faz justiça ao importante papel que desenvolve na saúde e na ciência brasileiras – e que pode ser comprovado durante todos estes meses de pandemia.
A biomedicina fornece suporte técnico à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento de patologias. Entre tantas habilidades do biomédico, a principal é a do diagnóstico laboratorial, que mostrou ser peça-chave na construção de políticas públicas para a prevenção e para o controle da covid-19.
Desde março, milhares de biomédicos trabalham diariamente no diagnóstico laboratorial da doença. Outros tantos contribuem no diagnóstico por imagem; em pesquisas sobre tratamentos; no desenvolvimento de remédios e vacinas; e em diversos estudos que desvendam o comportamento do vírus. Os biomédicos estão construindo uma base de conhecimento fundamental não só neste momento de enfrentamento à covid-19 como também para futuros embates contra novas doenças.
No dia 20 de novembro, a profissão de biomédico completa 41 anos de regulamentação no Brasil. São quatro décadas em que a biomedicina entrega à sociedade brasileira profissionais multidisciplinares, capazes de unir conhecimentos de diversos campos da saúde e da ciência. No entanto, muitos municípios, Estados e órgãos públicos ainda ignoram a contribuição que os biomédicos podem dar à saúde pública.
Por isso, uma das principais lutas do Conselho Regional de Biomedicina da 5ª Região (CRBM-5) é inserir os biomédicos nos quadros de servidores públicos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Os difíceis meses pelos quais estamos passando têm nos mostrado que não podemos prescindir do conhecimento dos biomédicos. Lugar de biomédico também é na saúde pública.