Uma pesquisa conduzida pela biomédica Gabriela Kniphoff da Silva Lawisch, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da UFRGS, identificou a relação entre a presença de um genótipo com a maior ocorrência de patologias da próstata.
O estudo conduzido por Gabriela, em conjunto com outros nove profissionais, avaliou polimorfismos (variações genéticas) envolvidos no processo de morte celular programada (apoptose) e o papel deles no desenvolvimento do câncer de próstata e da hiperplasia prostática benigna. O principal resultado encontrado foi a maior frequência do genótipo CC do gene FASL em pacientes com câncer de próstata, o que o aponta como um fator de risco para as duas doenças da próstata. A pesquisa também indica que o genótipo BCL-2 CC pode atuar como um fator protetor das mesmas patologias.
“Porém, estudos em outras populações são necessários para confirmar esses dados. Isso é importante para conhecer mais sobre a patologia da doença, identificar fatores genéticos envolvidos e, com isso, reconhecer possíveis biomarcadores que possam auxiliar no diagnóstico, prognóstico e tratamento”, explica Gabriela, professora e coordenadora do curso de Biomedicina da Universidade do Vale do Taquari (Univates) e recentemente agraciada pelo prêmio Biomédica do Ano do CFBM e CRBM-5.
Foram analisadas amostras de 348 pessoas, sendo 123 pacientes com câncer de próstata, 143 pacientes com hiperplasia prostática e 82 indivíduos do grupo controle. Esta foi a primeira pesquisa a avaliar os polimorfismos em uma população brasileira com câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna.
Segundo Gabriela, os marcadores genéticos estudados ajudaram a entender detalhes sobre a patogênese das doenças, mas não mostraram potencial para serem utilizados como biomarcadores que auxiliem o diagnóstico das mesmas e de uma forma menos invasiva. Assim, o próximo passo dos pesquisadores será buscar novos alvos para avaliação. “Somente por meio da pesquisa científica podemos estudar e entender os mecanismos envolvidos em diversas doenças para, então, possibilitar o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico, tratamentos, vacinas, entre outros”, finaliza Gabriela.
Os detalhes do estudo estão no artigo publicado na periódico Molecular Biology Reports.