No início deste ano, a biomédica Gabriele Brehm deu adeus às bancadas dos laboratórios e mergulhou inteiramente no universo da gestão pública. Mas nem por isso precisou se despedir completamente do ambiente de jalecos, tubos de ensaios e exames. É que, em março, ela assumiu o cargo de coordenadora da Assistência Laboratorial da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.
Desde então, são suas atribuições, entre outras atividades, o planejamento dos fluxos e das políticas dos exames laboratoriais, o gerenciamento de recursos públicos nos laboratórios, a assistência técnica à SMS e o monitoramento dos critérios de qualidade dos laboratórios.
Com o novo cargo, está sob responsabilidade da biomédica Gabriele Brehm o gerenciamento de recursos públicos nos laboratórios municipais de POA.
Gabriele assumiu o cargo em um momento delicado, no qual o município enfrenta um número recorde de casos de dengue. Estão sob sua responsabilidade o gerenciamento dos insumos para o teste NS1, a organização de pontos de coletas, a logística de transporte e a comunicação imediata dos casos à Vigilância Sanitária de Porto Alegre. “Nossa área laboratorial ainda sofre muito os efeitos da pandemia. Já chegou a faltar no mercado insumos básicos, como tubo de bioquímica. Hoje, enfrentamos problemas com matéria-prima para a fabricação dos testes de NS1”, comenta.
A biomédica, que entrou para o quadro de servidores da Prefeitura por concurso público em 2014, defende uma maior participação dos biomédicos na saúde pública, inclusive em cargos de gestão. Antes da coordenação da Assistência Laboratorial, ela trabalhou como plantonista no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e como gerente do Laboratório Central de Porto Alegre.
Segundo ela, a Biomedicina prepara bem os profissionais para ocupar funções gerenciais. Graduada pela Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Gabriele destaca uma disciplina do curso, a de Gerenciamento de Laboratório, que simulava a criação de um laboratório por parte dos alunos. Isso contribuiu para que ela desenvolvesse conhecimentos nas áreas financeira, de recursos humanos e marketing. “É uma dinâmica que reflete – dentro das suas devidas proporções – o que seria gerenciar um laboratório na vida real. Principalmente em relação ao gerenciamento de pessoas, que considero o maior desafio da gestão”, acrescenta.
