A pandemia colocou em evidência um trabalho que normalmente passa despercebido pela maioria da população: a vigilância sanitária. É ela que garante que a coleta e o armazenamento de amostras nos laboratórios, por exemplo, estejam de acordo com as normas que regulamentam a atividade. É ela também que verifica se o transporte das vacinas está sendo feito nas condições adequadas. Além disso, é de sua responsabilidade a orientação e a fiscalização das medidas preventivas de contágios estabelecidas pelos governos.
A vigilância sanitária é um conjunto de medidas que ajudam na prevenção, proteção e promoção da saúde pública. O profissional que trabalha nesta área, o fiscal sanitário, acompanha a produção e a circulação de bens de consumo relacionados à saúde assim como a prestação de serviços de saúde, controlando que todas as normas regulamentares estejam sendo respeitadas.
O biomédico Alessandro Martins trabalha há 4 anos como fiscal sanitário (Foto: Fernando Dias/Prefeitura Bom Retiro do Sul)
Há quatro anos trabalhando como fiscal sanitário, o biomédico Alessandro Martins relata que o combate à Covid-19 tem sido a prioridade das vigilâncias sanitárias. “Diversos municípios chegaram a criar decretos estendendo a validade dos alvarás sanitários, pois já tinham a noção de que a pandemia tomaria uma grande parcela do tempo da fiscalização”, revela Martins, que atualmente é servidor de Bom Retiro do Sul (RS) onde também faz parte do planejamento estratégico contra focos da dengue.
Com passagem pelas vigilâncias de Vale Verde (RS) e Venâncio Aires (RS), Martins conta que apesar das prefeituras terem agido preventivamente, orientando a população sobre a Covid-19, as recomendações somente foram levadas a sério após os registros dos primeiros casos locais. Ainda assim, ele diz que, em geral, há uma dificuldade em se manter a rigidez das medidas por muito tempo, o que impôs mudanças na rotina de trabalho dos fiscais. “A pandemia tomou grande parte do nosso tempo. Diversas atividades da fiscalização entraram em stand by enquanto novas atribuições e tarefas surgiram”, completa.
O combate à Covid-19 é um dos exemplos da constante atualização legal e técnica necessária para trabalhar na vigilância sanitária. E, segundo Martins, a formação em Biomedicina fornece uma base de conhecimento que permite “atuar com mais segurança na tomada de decisões”, qualidade essencial para os profissionais que cuidam da saúde pública em um momento crítico como o de pandemia.
