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Dia de luta contra as hepatites virais: saiba mais sobre as doenças

26-07-19 | Destaque, Notícias

O próximo domingo é dia de combate: 28 de julho é o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. A data, instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), serve de alerta para a doença que, de acordo com a própria OMS, já causa mais mortes no mundo do que o vírus HIV.

Consideradas um problema de saúde pública, as hepatites virais – causadas pelos vírus A, B, C, D e E – provocam a inflamação do fígado e, se não tratadas, podem evoluir para a forma crônica e ocasionar cirrose hepática e câncer. Os tipos mais comuns do vírus no Brasil são o A, B e C, sendo que o último é o responsável pela a maior parte das mortes no país em decorrência da doença (76% – confira os dados). Não à toa o Ministério da Saúde, juntamente com a OMS, está com uma campanha de erradicação da hepatite C até 2030.

Uma das ações do plano é a ampliação da distribuição dos testes gratuitos nos postos de saúde. Com isso, o Ministério da Saúde tenta atacar o principal desafio do combate às hepatites: o diagnóstico. Dados mais recentes dão conta que cerca de 500 mil pessoas no Brasil estão contaminadas com o vírus da hepatite C e não sabem. “A hepatite é uma doença geralmente assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Sem a manifestação dos sintomas, muitos ignoram que estão infectados e tornam-se vetores da doença”, esclarece Rodrigo Staggemeier, microbiologista e conselheiro do CRBM-5.

Segundo Staggemeier, outro desafio no controle das hepatites no Brasil são as suas formas de transmissão (veja detalhes no quadro abaixo). “A hepatite A, por exemplo, é de transmissão fecal-oral e acaba por ser endêmica em países onde as condições sanitárias e de higiene são precárias, caso de muitos locais no Brasil. Para a hepatite C, que tem como uma das vias de transmissão o contato com sangue contaminado, ainda faltam políticas públicas que garantam uma triagem 100% adequada de sangue e hemoderivados, a educação de profissionais da saúde e da população em geral sobre o risco de transmissão parenteral por equipamentos médicos contaminados e fômites (elemento – objeto, superfície, substância – capaz de transportar um agente infeccioso), além do estímulo à utilização de seringas descartáveis”, observa.

Dos três principais tipos que afetam o país, o C é o único que não tem vacina. “O vírus da hepatite C tem uma alta diversidade genética, com a ocorrência de diversas mutações, o que dificulta a produção de vacinas contra ele. Para se ter uma ideia, há pelo menos 11 principais genótipos e mais de 100 subtipos”, explica Staggemeier. Para todos os vírus da hepatite, no entanto, o Sistema Único de Saúde oferece tratamento gratuito e a possibilidade de realizar testes rápidos de identificação da doença. Por sua vez, as vacinas para os tipos A e B estão disponíveis nas redes de atendimento pública e privada.

Tipos de Hepatite Formas de transmissão
A Contato com alimentos, água ou pessoas infectadas, via fecal-oral.
B Contato com sangue ou outros fluídos corporais de pessoas contaminadas. Por isso, é considerada uma da doença sexualmente transmissível. Também pode ser transmitida para o bebê durante o parto, caso a mãe esteja infectada com o vírus B.
C Contato com o sangue, através do compartilhamento de seringas, agulhas, alicates ou outros materiais cortantes infectados. Está comumente relacionada ao uso de drogas. Apesar de mais rara, a transmissão também pode ocorrer através de relações sexuais e do parto.
D Contato com fluídos corporais e sangue infectados. Para se desenvolver, a hepatite D precisa da presença do vírus B.
E Contato com alimentos, água ou pessoas infectadas, via fecal-oral. Sua ocorrência é rara no Brasil.
 

Fique atento!
Apesar de normalmente assintomáticas, as hepatites, principalmente a do tipo A, podem dar alguns sinais: dor abdominal, prostração, náusea ou vômito, icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos), urina escura e fezes claras.

Imprensa CRBM-5

 

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